Helena, mulher esbelta que chorava todos os dia desejando um filho, decidiu pedir ao marido. -Não quero um filho agora– ele respondia. -Já tenho 37 anos…– suplicava. –Não quero um filho agora.- Ela tentou por diversas vezes seduzir o marido. Sem sucesso.
Helena adotou uma cadela a fim de preencher o coração materno vazio. Cuidava dela como se fosse sua filha.
–A cadela ficou prenha, cruzou com o cão do vizinho.– disse ao marido.
Helena cuidou de toda a gestação da cadela, cuidaria dos filhotes como se fossem seus netos.
04:57 da manhã. A cadela estava para dar à luz no banheiro do quarto do casal.
A cadela rejeitou os filhotes. A cadela comeu os filhotes ainda envoltos pela placenta. Helena tentou impedi-la de cometer tal barbaridade mas ela tornou-se agressiva, rosnava, mordia e continuava comendo os filhotes. Helena assistia a tudo aterrorizada ajoelhada no chão frio do banheiro de frente para a cadela. O marido dormindo na cama. A cadela deixou apenas a cabeça do último filhote inteira. Helena assistiu a cadela tentar enterrar a cabeça do filhote em meio às cobertas onde estava a dar à luz, empurrando com o focinho a cabeça do filhote por baixo dos panos.
Dois meses depois a cadela dava sinais de estar deprimida, sempre triste e amuada, a cadela lambia as mamas desesperada, mamas que pingavam um leite jamais bebido. Helena descobriu um câncer agressivo no colo do útero. –Necessário operar, sinto muito.- dizia o médico.
O marido pediu divórcio, ele queria um filho agora, um filho que Helena já não poderia mais gerar.
A cadela foi castrada. Helena também.
– Rejane Leopoldino
😪
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😪😔
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Vi muitas Helenas…
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São tantas…
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