Mãe valente foi Dona Amália, que teve seu marido morto em 1962 enquanto voltava para casa com quatro cabras que serviriam para a caprinocultura da humilde fazenda de sua família, durante o trajeto foi abordado por bandoleiros que o mataram e levaram os animais deixando sua família sem pai, marido e sem sustento.
Dona Amália encontrou o corpo do marido em decomposição três dias depois em meio a mata sendo sobrevoado por aves de rapina que pousavam e comiam seus restos mortais debaixo do sol quente. Com lágrimas nos olhos, afastou as aves de seu marido e sozinha o enrolou em uma manta e, com muito esforço, colocou seu corpo em cima do cavalo.
Quando trouxe o corpo do falecido marido de volta para a fazenda em Coroatá, encontrou o mais velho dos seus doze filhos que tinha apenas dezesseis anos sendo pressionado pela família do seu finado marido a vingar seu nome. -É o homem da família agora, pegue o cavalo e vá vingar o nome de seu pai- dizia o cunhado.
Dona Amália enterrou o marido nos fundos da propriedade, vendeu o gado e sua fazenda, juntou o dinheiro e meteu-se com os doze filhos dentro de um comboio caindo aos pedaços até Olinda em Pernambuco para reconstruir sua vida, deixou para trás o corpo do marido e Coroatá, sob a prece de que seus filhos não se tornariam assassinos como os de seu marido.
– Rejane Leopoldino
Um viva! às Donas Amálias contemporâneos.
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Viva!!!!
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