Sempre fico surpresa com o efeito que as ditas “férias” causam em mim. Fico menos ressabiada, menos introspectiva, saio com os amigos, viajo, ponho a cara no sol para enfim substituir a coloração pálida-de-escritório-em-São-Paulo por uma bronzeada-com-marquinhas-de-biquíni. Em resumo, minha inadequação ao mundo se torna um distante pesadelo. Converso mais, ando mais, sorrio mais, leio mais, porém, escrevo menos, seria a minha felicidade um bloqueio para a minha escrita? Porque confesso, não sei escrever sobre a felicidade, minto, até sei, mas não soa como eu mesma quando escrevo sobre ela, é como forçar a construção de uma identidade que não me pertence. A problemática, a solidão, a psicose e as melancolias me agradam muito mais, talvez por serem mais difíceis de se aceitar sentir. Ah, sim, garanto que possuo munição suficiente para escrever sobre elas.
Delícias das férias:
- Viajar com os amigos
- Usar pouca roupa (ou nenhuma)
- Passar a maior parte do tempo descalça
- Ler ( Ler muito)
- Ficar com os músculos do rosto cansados de tanto rir/sorrir
- Me conectar, de fato, com amigos que apenas havia me “conectado” através da internet.
– Rejane Leopoldino
Talvez como nas ditaduras, o impedimento seja inspirador
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É o que nos dá combustível para continuar
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É um deles, sem dúvida
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Nossa, era isso que eu estava sentindo sobre escrever sobre a felicidade, porém não conseguia colocar no papel! Obrigada rs
E aproveita ainda mais esse momento!
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Pois é Mayara, as vezes pode ser difícil colocarmos no papel tudo o que temos em mente. Fico feliz que tenha achado o que procura ❤
beijos!
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Rejane,
Viver mais em 2019!
Emanuel
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Com toda certeza!
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Também não sei escrever sobre a felicidade… Pode ser que, por escrevermos sem medo sobre a “não felicidade”, nos tornamos mais críticas. Vemos o mundo com infinitas cores e lados, e alegrias e tristezas mescladas e alternadas de forma vertiginosa. Daí falar só sobre a felicidade pode parecer falsidade, pode parecer ingenuidade, ou até um discurso motivacional…
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Quase todas as grandes histórias, livros ou filmes são dramáticos… toca-nos muito mais uma vida de drama, onde é muito mais fácil espelhar o que nos vai na alma, do que um conto “cor-de-rosa”. Por isso é que me obriguei no último ano a ler romances em que todos são felizes para sempre… Gostei muito do seu texto. 😊
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