Se as livrarias soubessem da agonia que me toma neste momento, teriam todos os seus livros à mão, prontos para a venda.
– Produto indisponível
– Produto indisponível
– Produto indisponível
– Produto indisponível
– Produto indisponível
Desde agosto do ano passado a quantidade de livros que desapareceram das prateleiras só aumentou. Não deveríamos precisar encomendar Thomas Mann, Gabriel Garcia Márquez, James Joyce, Willian Faulkner, etc. Aliás, quero ler O som e a fúria de William Faulkner, mas adivinhem? – Produto indisponível.
Apocalipse das livrarias. A Saraiva de 3 andares do lado de casa não tem à pronta entrega NENHUM dos autores acima, não é necessário falar da Livraria Cultura. Estamos a citar a crise das duas maiores livrarias do Brasil. Não vou entrar nos pormenores jornalísticos aqui, vocês já devem saber bem do que estou falando, afinal, não é de hoje.
Não que eu me importe em esperar de 3 à 5 dias úteis para ler tal livro… mentira, me importo horrores, fico ansiosa e começo a ler até bula de remédio.
O Sebo do Messias, maior Sebo do Brasil (aqui me gabo ao dizer que fica à 400 metros da minha residência) está melhor do que a Saraiva. Ele tem à pronta entrega Thomas Mann, tem Gabriel Garcia Márquez, James Joyce e Willian Faulkner, tudo bem, ele pode não ter a exata obra que eu procuro de um ou outro destes autores, mas ei, ao menos o Sr. Messias tem. Hoje fui até o seu sebo, ele me atendeu em meio à correria, já virei um rosto conhecido por lá, perguntou se achei o que procurava, eu disse que sim, seu sebo sempre está lotado. Depois passei na Saraiva (aquela de 3 andares) só por curiosidade, ora, se contei 6 seres humanos eram muitos.
Nota importante: não sou ingênua, sei que se o sebo está lotado, muito provavelmente é porque outros livros tais como Os Mortos de James Joyce está R$15,00 no Sr. Messias à pronta entrega, enquanto na Saraiva logo à frente, do outro lado da calçada está R$ 54,00 com 3 à 5 dias úteis de entrega.
Segunda nota importante: No fundo me sinto mal em comprar no Sebo. Sei que através dele o meu dinheiro não chega a escritor(a)/editora algum(a), nem vivo(a), nem morto(a). É um grande dilema, fiquei até triste em admitir.
– Rejane Leopoldino
Péssimo agouro… Assusta toda a gente.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Tenho a impressão de que as minhas livrarias favoritas estão aos poucos a virar exclusivamente papelarias. Terrível.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Está a acontecer em todos os cantos brasileiros, Rejane… Mas we’ll always have Lisbon : https://www.bertrand.pt
CurtirCurtido por 2 pessoas
Humm..essa situação não parece ser da Saraiva, mas outros motivos. Isso é alarmante, pois a cada dia a cultura vai se deixando para último plano. Para eles, a cultura não é prioridade.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Miau!
Ah claro, existem diversos motivos que nos deixaram na situação que encontramos hoje, a falta de interesse pela leitura e consumo de cultura é com certeza uma delas. Lamentável.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Rejane,
Aqui em Toronto, apesar de muitas livrarias já terem fechado, ainda restam algumas, mas a loja maior, Chapters/indigo, https://www.chapters.indigo.ca/en-ca/ vende cada vez menos livros e mais artigos de decoração, roupas, ofertas para bebés, brinquedos para crianças e outras bugigangas. Sad but true!
Emanuel
CurtirCurtido por 1 pessoa
Lamentável não? Logo logo elas irão virar papelarias. Uma perda…
CurtirCurtir
Ano passado investigamos esta “crise” das livrarias. Fato é que tem gente dentro deste mercado comemorando os maus lençóis em que Saraiva e Cultura se meteram, em razão do canibalismo que fizeram com o próprio mercado. Caso queira ler, o link é este https://telhadotiago.wordpress.com/2018/12/09/crise-de-quem/ =)
CurtirCurtido por 1 pessoa
Muitíssimo interessante, Tiago!
Há quem se beneficie disso com certeza, eu cá tenho lá meu sonho de encontrar uma pequena e simpática cafeteria/livraria de bairro, mas aqui, ao menos por enquanto, só as grandes redes.
Abraços!!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Quando vir a Porto Alegre, te indico algumas remanescentes bem simpáticas =)
CurtirCurtido por 1 pessoa